As Disputas pela atividade apícola no Sertão do Piauí

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May Waddington Telles Ribeiro

Resumo




A apicultura no serta?o nordestino se inicia com a chegada da abelha africanizada a? regia?o onde i?ndios e camponeses tradicionalmente extrai?am o mel de meli?ponas e trigonas para alimentac?a?o da fami?lia. No esforc?o de domesticac?a?o da apis melifera, atores com distintas racionalidades econo?micas e ambientais formaram uma rede produtiva, comercial e te?cnica na qual ha? uma significativa depende?ncia do empresa?rio por parte do pequeno produtor. A flora da Caatinga se revela um pasto api?cola espetacular e essa indu?stria ganha visibilidade quando, em 2003, o prec?o do mel se quadruplica no mercado internacional. O governo estadual promove investimentos na atividade, introduzindo novos crite?rios de eficie?ncia e de gerenciamento na rede produtiva, gerando disputas pelos canais de beneficiamento e comercializac?a?o na competic?a?o pelo mercado internacional. Este se aquece de sobremaneira em torno do mel, agora valorizado enquanto orga?nico, sustenta?vel e socialmente justo. O presente artigo analisa o desenvolvimento da rede, identificando os diferentes atores envolvidos e as disputas e diferenc?as entre suas viso?es de desenvolvimento e sustentabilidade, considerando o peri?odo de 2003 a 2011.




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Como Citar
Telles Ribeiro, M. W. . (2017). As Disputas pela atividade apícola no Sertão do Piauí. Raízes: Revista De Ciências Sociais E Econômicas, 37(2), 102–116. https://doi.org/10.37370/raizes.2017.v37.69
Seção
Artigos

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