Movimentos sociais de mulheres e modos de vida em transformac?a?o: revendo a questa?o dos recursos de uso comum em comunidades tradicionais

Conteúdo do artigo principal

Noemi Miyasaka Porro
Dalva Maria da Mota
Heribert Schmitz

Resumo

O objetivo deste artigo e? analisar comparativamente dois movimentos sociais liderados por mulheres que praticam o extrativismo de recursos de uso comum: o movimento das mulheres quebradeiras de coco babac?u e o das catadoras de mangaba. A pesquisa foi realizada com uma abordagem qualitativa, atrave?s de entrevistas abertas e em grupos de enfoque, ale?m de observac?o?es direta e participante, nos lugares de trabalho e em mobilizac?o?es e eventos. Os principais resultados mostram como aos enfrentamentos nos seus respectivos campos de trabalho, juntam-se as recentes batalhas nos campos juri?dicos e poli?ticos, demandando novos aportes teo?ricos dos analistas e novas compete?ncias dos movimentos sociais, ale?m da revisa?o do conceito de recurso de uso comum.

Detalhes do artigo

Como Citar
Porro, N. M. ., Mota, D. M. da ., & Schmitz, H. (2010). Movimentos sociais de mulheres e modos de vida em transformac?a?o:: revendo a questa?o dos recursos de uso comum em comunidades tradicionais. Raízes: Revista De Ciências Sociais E Econômicas, 30(2), 111–126. https://doi.org/10.37370/raizes.2010.v30.102
Seção
Artigos

Referências

ALMEIDA, A. W. B. de. Terras de quilombo, terras indígenas, “babaçuais livres”, “castanhais do povo”, faxinais e fundos de pasto: terras tradicionalmente ocupadas. 2.Ed. Manaus: PPGSCA-UFAM, 2008.
CAMPBELL, C.E. Out on the front lines, but still struggling for voice: women in the rubber tappers’ defense of the forest in Xapuri, Acre, Brazil. In: ROCHELEAU, D.;
THOMAS-SLAYTER B.; WANGARI, E. (eds.). Feminist Political Ecology: Global Issues and Local Experiences. New York: Routledge. 1996. p. 27-61.
CORDELL, J. Marginalidade social e apropriação territorial marítima na Bahia. In: DIEGUES, A.C.; MOREIRA, A.C.C. (Orgs.). Espaços e recursos naturais de uso comum. São Paulo: NUPAUB/LAST- ROP-USP, 2001, p.139-160.
CUNHA, M.C. Populações tradicionais e a convenção da diversidade biológica. In: Estudos Avança- dos, São Paulo, 13 (36), p.147-163, 1999.
DENZIN, N. Interpretative Biography: Ethnographic Practice for the 21st Century. Thousand Oaks: Sage, 1997.
FEENY, D.; BERKES, F.; MCCAY, B.J.; ACHE- SON, J.M. A tragédia dos comuns: vinte e dois anos depois. In: DIEGUES, A.C.; MOREIRA, A.C.C. (orgs.). Espaços e recursos naturais de uso comum.
São Paulo: NUPAUB/LASTROP-USP, 2001. p.17- 42.
HARDIN, G. The tragedy of the commons. Science, New York, 162:1244-8, 1968.
___________. The tragedy of the unmanaged commons. Trends Ecol., 9:199, 1994.
HOMMA, A.K.O. Extrativismo vegetal na Amazônia: limites e oportunidades. Brasília: Embrapa-SPI, 1993.
IBGE. Anuário Estatístico 1983. Rio de Janeiro: FIBGE. 1984.
________. Banco de Dados SIDRA. Valor e Quantidade da produção do extrativismo vegetal. Rio de Janeiro: FIBGE. 2010. http://www.sidra.ibge.gov. br/bda/tabela/listabl2.asp? Acesso em 08/11/2010.
JOHNSON, C. Uncommon ground: the “poverty of history” in common property discourse. Development and change, Oxford, v. 35, n. 3, p. 407- 433, 2004.
MCCAY, B. The Culture of the Commoners: historical observations on old and new world fisheries. In: MCCAY, B.J.; ACHESON, J.M. (eds.). The Question of the Commons: the Culture and Ecology of Communal Resources. Tucson: The University of Arizona Press. 1987. p. 195-216.
MCCAY, B.J.; ACHESON, J.M. Human Ecology of the Commons. In: McCay, B.J.; ACHESON, J.M. (eds.). The Question of the Commons: the Culture and Ecology of Communal Resources. Tucson: The University of Arizona Press. 1987. p. 1-34.
MCKEAN, M.E.; OSTROM, E. Regimes de propriedade comum em florestas: somente uma relíquia do passado? In: DIEGUES, A.C.; MOREIRA, A.C.C. (orgs.). Espaços e recursos naturais de uso comum. São Paulo: NUPAUB/LASTROP-USP, 2001, p.79-
95.
MOSSE, D. The symbolic making of a common property resource: history, ecology and locality in a tank-irrigated landscape in South India. Development and change, Oxford, v. 28, p.467-504, 1997.
MOTA, D.M.; SCHMITZ, H.; SILVA JÚNIOR, J.F.; FERNANDES, T. Divisão do trabalho no extrativismo da mangaba no Norte e Nordeste brasileiro. Agricultura Familiar: Pesquisa, Formação e Desenvolvimento, Belém, n.5-8, p.53-70, 2008a.
___________.; SILVA JÚNIOR, J.F.; PEREIRA, E.O.; RODRIGUES, R.F.A.; JESUS, N.B.; SCHMITZ, H.; SANTOS, J.V.. Capacitação solidária das catadoras de mangaba. Aracaju: Embrapa Tabuleiros Costeiros, 2008b. 57 p. (Documentos, 133).
NETTING, R. What Alpine Peasants Have in Common: Observations on Communal Tenure in a Swiss Village. Human Ecology, Fairfax, 4:135-46, 1976.
NEVES, D.P. A perversão do trabalho infantil: lógicas sociais e alternativas de prevenção. Niterói: Intertexto. 1999.
OLSON, M. The logic of collective action: public goods and the theory of groups. Cambridge, MA: Harvard University Press. 1965.
OSTROM, E. Governing the commons: the evolution of institutions for collective action. Cambridge, New York: Cambridge University Press, 1990.
__________; DIETZ, T.; DOLŠAK, N.; STERN, P.C., STONICH, S.; WEBER, E.U. The Drama of the Commons. Washington, DC: National Academy Press. 2002.
PEREIRA, E.O. Extrativismo da mangaba (Hancornia speciosa Gomes) no Povoado Alagamar, Pirambu - SE. 2008. 88 f. Dissertação (Mestrado em Agroecossistemas) – Núcleo de Pós-Graduação em Estudos e Recursos Naturais, Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, 2008.
SUBRINHO, J.M.P. História econômica de Sergipe (1850-1930). 1983. 140f. Dissertação (Mestrado) – Unicamp, Campinas. 1983.
TARROW, S. Social movements and contentious politics. 2.Ed. Cambridge: Cambridge University Press, 1998.
WOLFF, C.. Mulheres da Floresta: uma História. Alto Juruá, Acre (1980-1945). São Paulo: Hucitec, 1999.
PORRO, N.M. Changes in perceptions of develop- ment and conservation. 1997. 335 f. Master Thesis (Mestrado em Conservação Tropical e Desenvolvi- mento) – Centro de Estudos Latino Americanos, University of Florida, Gainesville, 1997.
__________ .; SHIRAISHI NETO, J.; FIGUEIREDO, L.; VEIGA, I. Conflitos Sócio-jurídicos: a Implementação das Convenções Internacionais e a Transmissão de Conhecimentos Tradicionais. In. Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (Anpocs), 33, Caxambu, 2009.
SCHMITZ, H.; MOTA, D.M.; SILVA JÚNIOR, J.F. Conflitos sociais cercam as catadoras de mangaba. In: Encontro da Associação Nacional de Pós- Graduação e Pesquisa em Ambiente e Sociedade (Anppas), 4, Brasília, 2008.
____________.; MOTA, D.M.; SILVA JÚNIOR, J.F. Gestão coletiva de bens comuns no extrativismo da mangaba no Nordeste do Brasil. Ambiente & Sociedade, Campinas, v.12, n.2., p.273-293, jul.-dez. 2009.
SHIRAISHI, J. Leis do Babaçu Livre: Práticas Jurídicas das Quebradeiras de Coco Babaçu e Normas Correlatas. Manaus: UFAM/Fundação Ford, 2006.
SPRADLEY, J. The Ethnographic Interview. New York: Harcourt Brace Jovanovich College Publishers, 1979.
____________. Participant Observation. New York: Holt, Rinehart, and Winston, 1980.

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

1 2 > >>