Raízes: Revista de Ciências Sociais e Econômicas
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<p style="margin: 0cm; margin-bottom: .0001pt; text-align: justify;">Raízes: Revista de Ciências Sociais e Econômicas é uma publicação de livre acesso, criada em 1982 e publicada semestralmente pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal de Campina Grande. A revista se dedicada aos temas relativos ao mundo rural e à questão ambiental, com enfoque interdisciplinar, que tem como missão divulgar pesquisas e reflexões de pesquisadores brasileiros e de universidades e outras instituições de pesquisa internacionais.</p>EDUFCGpt-BRRaízes: Revista de Ciências Sociais e Econômicas0102-552XCarros-pipa, compras governamentais e economia da água no Semiárido brasileiro
https://raizes.revistas.ufcg.edu.br/index.php/raizes/article/view/890
<p>Este artigo problematiza a utilização dos carros-pipa como alternativa para o abastecimento de água no semiárido brasileiro. A partir dos dados da Operação Carro-Pipa (OCP), analisados tanto em termos gerais quanto aqueles específicos da operação na Paraíba, estado que apresenta o maior número de municípios atendidos e percentual de população beneficiada em relação à população total, defende-se que esta ação tem funcionado, na prática, como um programa de compras governamentais, viabilizando o desenvolvimento de uma economia da água organizada em torno dos carros-pipa. Este mercado de compras governamentais é complementado ainda por ações desenvolvidas em âmbito municipal, e o artigo analisa o exemplo de Água Branca (PB). Inicialmente pensado como ação emergencial, que transporta e distribui água potável para a população rural do semiárido brasileiro, a OCP tem funcionado ininterruptamente desde 2012. Tendo como referência o debate internacional sobre a utilização de carros-pipa para o abastecimento de água e o desenvolvimento, no semiárido brasileiro, de um mercado de água que combina características formais e informais, o artigo conclui que a duração prolongada da OCP expressa uma situação crônica de falta de planejamento e investimentos para universalização do acesso a água, principalmente nas áreas rurais da região. E contribui para a naturalização de uma “solução” de abastecimento de água que reforça desigualdades e perpetua um duplo padrão de cidadania hídrica. Mas a utilização do carro-pipa como estratégia de abastecimento de água potável é insuficiente e cara, solução que não contribui para a expansão das infraestruturas de saneamento no semiárido brasileiro.</p>Kaliane de Freitas MaiaLuis Henrique CunhaPatrícia Hermínio Cunha
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2024-12-272024-12-2744213415310.37370/raizes.2024.v44.890Abastecimento de água em cidades agrestinenses no semiárido brasileiro
https://raizes.revistas.ufcg.edu.br/index.php/raizes/article/view/888
<p style="font-weight: 400;">A disponibilidade hídrica no Brasil ocorre de maneira desigual, especificamente no Semiárido Brasileiro (SAB). Três das maiores cidades interioranas localizam-se no agreste da região Nordeste: Campina Grande (PB), Caruaru (PE) e Feira de Santana (BA). Este artigo apresenta um estudo comparativo, em diálogo interdisciplinar, que analisa registros documentais de trajetórias históricas das três cidades nas relações com as primeiras fontes de abastecimento de água, buscando observar transformações no desafio da dessedentação urbana. Dessa maneira, são evidenciados os percursos de estratégia em comum, caraterizada pela hidrodependência dos sistemas de abastecimento importadores de água. As substituições das fontes de abastecimento de água, historicamente relacionados com as comunidades locais, vivenciaram um progressivo distanciamento, provocando mudanças na perda de centralidade originária dos ambientes de captação, reconfigurando os espaços urbanos, resultando em convívios tolerantes à degradação, redução e/ou perdas de usos pela população. Trata-se de uma reflexão a partir da História Ambiental, enquanto espaços coletivos impactados pela depreciação patrimonial e institucional das municipalidades. Concluímos, portanto, que a insustentabilidade da captação de água intensificada na estratégia de importação hídrica é um grave limite à política pública setorial de saneamento para o contexto do agreste no Semiárido brasileiro.</p>João Domingos Pinheiro Filho
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2024-12-272024-12-2744215417510.37370/raizes.2024.v44.888Indígenas mobilizados em defesa da autonomia
https://raizes.revistas.ufcg.edu.br/index.php/raizes/article/view/885
<p style="font-weight: 400;">Desde os primeiros meses da Guerra do Paraguai, ocorrida, oficialmente, entre 1864 e 1870, homens eleitos como potenciais recrutas pelos conselhos de qualificação (incluindo indígenas, negros libertos e camponeses) buscavam estabelecer diversos mecanismos para ausentarem-se das fileiras militares. Na copiosa massa documental analisada sobre a Província das Alagoas, encontramos diversas estratégias de burla utilizadas para livrarem-se dos recrutamentos: deserções, fugas para as matas, suspeitas de adoecimento, casamentos fictícios, constituição de redes protecionistas com senhores influentes, utilização de identidades falsas, conflitos diretos, elaboração de sofisticadas petições, dentre outras. Naquele contexto de incertezas, a possibilidade de manterem-se distante do <em>front</em> de batalha instituído no Cone Sul era um dos elementos mais disputados por potenciais soldados e correligionários. Portanto, neste artigo, pretendemos discutir como indígenas e outros atores sociais, em estreita atividade colaborativa, estabeleciam formas de minar os recrutamentos para as fileiras militares durante a Guerra do Paraguai. Muito além de meras vítimas passivas sob o comando dos recrutadores, indígenas da Província das Alagoas souberam articular mecanismos de resistência e expressar múltiplas formas de protagonismo ao longo daquele que há muito foi reconhecido como o maior conflito armado da América Latina.</p>Adauto Santos ds Rocha
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2024-12-272024-12-2744217619010.37370/raizes.2024.v44.885