Combater a seca ou conviver com o Semiárido? fóruns e arenas de políticas públicas no Semiárido brasileiro

Conteúdo do artigo principal

Lucas Oliveira do Amorim
https://orcid.org/0000-0002-7773-7292
Catia Grisa
https://orcid.org/0000-0001-6685-4875

Resumo




O artigo tem como objetivo reconstituir o processo histórico de intervenção do Estado no Semiárido brasileiro e as ideias em disputa sobre as estratégias de desenvolvimento para a região. Reconhece-se que dois referenciais disputam a formulação de políticas para o Semiárido: o combate à seca e a convivência com o Semiárido. O primeiro referencial influenciou a formulação de políticas públicas durante quase todo o século XX, enquanto o segundo emergiu na década de 1990. As noções de fóruns e arenas de políticas públicas (Fouilleux, 2017, 2003, 2000) demonstraram-se interessantes ferramentas para analisar os atores envolvidos e o cons- tante processo de negociação entre ideias e referenciais.




Detalhes do artigo

Como Citar
Oliveira do Amorim, L., & Grisa, C. (2018). Combater a seca ou conviver com o Semiárido? fóruns e arenas de políticas públicas no Semiárido brasileiro. Raízes: Revista De Ciências Sociais E Econômicas, 38(2), 43–57. https://doi.org/10.37370/raizes.2018.v38.9
Seção
Artigos

Referências

ASSIS, T. R. P. Sociedade civil e a construção de políticas públicas na região semiárida brasileira: o caso do Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC). Revista de Políticas Públicas, São Luís, v.16, n.1, p. 179-189, jan./jun. 2012.
CASTRO, J. Sete palmos de terra e um caixão: ensaio sobre o Nordeste, área explosiva. 2. ed. São Pau- lo: Brasiliense, 1967.
CARVALHO, O. O surgimento do DNOCS (A propósito do seu I centenário). Revista Conviver Nor- deste Semiárido, v. I, n. 6, p. 1-68, 2009.
DINIZ, P. C. O.; PIRAUX, M. Das intervenções de combate à seca as ações de convivência com o semiárido: trajetória de ‘experimentalismo institucional’ no semiárido brasileiro. Cadernos de Estudos So- ciais, v. 26, n. 2, p. 227-238, 2011.
DUQUE, G. Água para o desenvolvimento rural: a ASA e os Programas P1MC e P1+2 – Desafios da participação sociedade civil – governo. In: GRISA, C.; SCHNEIDER, S. (Organizadores). Políticas Públicas de Desenvolvimento Rural no Brasil. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2015.
FOUILLEUX, E. La politique agricole commune et ses réformes: une politique à l’épreuve de la globalisation. Paris: L’Harmattan, 2003.
________. Entre production et institutionnalisation des idées: la réforme de la Politique Agricole Commune. Revue Française de Science Politique, Paris, v.50, n.2, abr., 2000.
FOUILLEUX, E. ; JOBERT, B. Le cheminement des controverses dans la globalisarion néo-liberale : pour une approche agonistique des politiques. Gouvernement et action publique, v.3, n.3, 2017, p. 9-36.
FURTADO, C. A fantasia desfeita. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1989.
GRISA, C. Políticas públicas para a agricultura familiar no Brasil: produção e institucionalização das ideias. 2012. 280 f. Tese de Doutorado do Programa de Pós-Graduação de Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade/UFRRJ. Rio de Janeiro, 2012.
MOREIRA, E.; TARGINO, I. De território de Exploração a Território de Esperança: organização agrária e resistência camponesa no semi-árido paraibano. Revista do NERA, n. 10, 2007.
MOREIRA, E; LIMA, V; TARGINO, I. A luta camponesa pela agua enquanto uma etapa do Processo de Construção/ Consolidação de Territórios de Esperança. Revista Formação, n. 15, v. 1, p. 74-84, 2008.
OLIVEIRA, F. Elegia para uma re(li)gião: Sudene, Nordeste, planejamento e conflito de classes. 6. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981.
________. Noiva da revolução; Elegia para uma re(li)gião: Sudene, Nordeste, Planejamento e conflitos de classes. São Paulo: Boitempo, 2008
OLIVEIRA, D. B. S. O uso das tecnologias sociais hídricas na zona rural do semiárido paraibano: entre o combate a seca e a convivência com o semiárido. 2013. 168 f. Dissertação de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Geografia/UFPB. João Pessoa, 2013.
PASSADOR, C. S.; PASSADOR, J. L. Apontamentos sobre as políticas públicas de combate à seca no Brasil: cisternas e cidadania? Cadernos Gestão Pública e Cidadania, v. 15, n. 56. São Paulo, 2010.
RODRIGUES, R. S. O caminho das águas: tecnologias de convivência com o Semiárido e transições sociotécnicas no sertão brasileiro. 2016. 254f. Dissertação de Mestrado – Programa de Pós-Graduação de Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade, UFRRJ, Rio de Janeiro, 2016.
SIEBER, S. S. Entre novos paradigmas e velhas práticas: a convivência com o semiárido na agricultura familiar do sertão de Pernambuco. 2016. 335f. Tese de Doutorado – Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais, UFCG, Campina Grande, 2016.
SILVA, R. M. A. Entre o combate à seca e a convivência com o Semiárido: transições paradigmáticas e sustentabilidade do desenvolvimento. 2006. 298p. Tese de Doutorado – Centro de Desenvolvimento Sustentável, Brasília, 2006.