Justificações da adoção do enfoque territorial nas políticas públicas rurais o caso da Bahia

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Carolina Schiesari
https://orcid.org/0000-0002-0804-234X
Paulo Eduardo Moruzzi Marques
https://orcid.org/0000-0002-0514-7568

Abstract

Este estudo tem o objetivo de identificar as justificações e suas formas de comprovações em torno do processo de adoção da abordagem territorial de desenvolvimento para o meio rural brasileiro e baiano. A Teoria das Justificações é o principal referencial teórico-metodológico utilizado para a análise dos discursos de representantes dos poderes executivos nacional e estadual em termos de suas estratégias. Posteriormente, com a finalidade de avaliar a aplicação da principal política territorial em andamento no Brasil, aquela de Desenvolvimento Territorial do estado da Bahia, a avaliação se dirigiu aos discursos dos atores locais com a mesma base teórica.  Como resultado, elementos da ordem de justiça cívica, como bem-estar comum, inclusão social, governança participativa, ação coletiva e mobilização social, situam-se na base destas construções discursivas visando legitimação a favor do enfoque territorial. Por outro lado, comprovações de vontade política, engajamento social e aplicação de dispositivos legais robustos se mostraram essenciais para possibilitar a continuidade e o avanço desta perspectiva, fatores consistentes no estado da Bahia, porém enfraquecidos a nível nacional. Entretanto, quanto a sua efetividade, a política territorial da Bahia enfrenta importantes desafios, sobretudo no que diz respeito à promoção da intersetorialidade, questão que demanda maiores estudos para a sua validação.

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Schiesari, C., & Moruzzi Marques, P. E. (2025). Justificações da adoção do enfoque territorial nas políticas públicas rurais: o caso da Bahia. Raízes: Revista De Ciências Sociais E Econômicas, 44(1), 57–79. https://doi.org/10.37370/raizes.2025.v44.862
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Artigos
Author Biographies

Carolina Schiesari, Universidade de São Paulo

Mestre em Economia Agrícola (Agricultural Economics) pela Universität Hohenheim na Alemanha (2017) e bacharela em Administração de Empresas com foco em Sustentabilidade pela Fundação Getúlio Vargas (FGV/EAESP) (2011). Atualmente é estudante de doutorado em Ecologia Aplicada do Programa de Pós-Graduação Interunidades (ESALQ-CENA) da Universidade de São Paulo e faz parte do Grupo de Pesquisas em Agriculturas Emergentes e Alternativas (AGREMAL), o qual está inserido no Programa de Pós-Graduação Interunidades (ESALQ-CENA) em Ecologia Aplicada e inscrito no CNPq. Tem experiência na área de Economia, com ênfase em Desenvolvimento Rural, Políticas Públicas e Agricultura Camponesa e Familiar. Na área profissional, possui 7 anos de experiência como consultora em sustentabilidade e pesquisadora do setor agrícola.

Paulo Eduardo Moruzzi Marques, Universidade de São Paulo

Realizou graduação em Agronomia pela Universidade de São Paulo (1985), mestrado em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (1996), doutorado em Sociologia (études des sociétés latino-américaines), no Institut des Hautes Etudes de l'Amérique Latine, la Sorbonne nouvelle, Paris III (2002), pós-doutorado em Sociologia no Laboratoire Dynamiques Sociales et Recomposition des Espaces (LADYSS), na França (2013) e livre-docência em Sociologia na Universidade de São Paulo (2014). Atualmente, é professor associado de Sociologia na Universidade de São Paulo (com ênfase em Sociologia Rural). Desenvolve seus trabalhos principalmente nos seguintes temas: agricultura familiar, desenvolvimento rural, alternativas agrícolas, segurança/soberania alimentar, assentamentos rurais e circuitos curtos de proximidade. Atua no Programa de Pós-Graduação Interunidades (CENA-ESALQ) em Ecologia Aplicada, da USP em sua área de ambiente e sociedade. Coordena notadamente no âmbito deste programa o grupo de pesquisa em agriculturas alternativas (AGREMAL), inscrito no Diretório do CNPq.

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