Movimentos sociais de mulheres e modos de vida em transformação revendo a questão dos recursos de uso comum em comunidades tradicionais
Conteúdo do artigo principal
Resumo
O objetivo deste artigo é analisar comparativamente dois movimentos sociais liderados por mulheres que praticam o extrativismo de recursos de uso comum: o movimento das mulheres quebradeiras de coco babaçu e o das catadoras de mangaba. A pesquisa foi realizada com uma abordagem qualitativa, através de entrevistas abertas e em grupos de enfoque, além de observações direta e participante, nos lugares de trabalho e em mobilizações e eventos. Os principais resultados mostram como aos enfrentamentos nos seus respectivos campos de trabalho, juntam-se as recentes batalhas nos campos jurídicos e políticos, demandando novos aportes teóricos dos analistas e novas competências dos movimentos sociais, além da revisão do conceito de recurso de uso comum.
Detalhes do artigo
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Referências
CAMPBELL, C.E. Out on the front lines, but still struggling for voice: women in the rubber tappers’ defense of the forest in Xapuri, Acre, Brazil. In: ROCHELEAU, D.;
THOMAS-SLAYTER B.; WANGARI, E. (eds.). Feminist Political Ecology: Global Issues and Local Experiences. New York: Routledge. 1996. p. 27-61.
CORDELL, J. Marginalidade social e apropriação territorial marítima na Bahia. In: DIEGUES, A.C.; MOREIRA, A.C.C. (Orgs.). Espaços e recursos naturais de uso comum. São Paulo: NUPAUB/LAST- ROP-USP, 2001, p.139-160.
CUNHA, M.C. Populações tradicionais e a convenção da diversidade biológica. In: Estudos Avança- dos, São Paulo, 13 (36), p.147-163, 1999.
DENZIN, N. Interpretative Biography: Ethnographic Practice for the 21st Century. Thousand Oaks: Sage, 1997.
FEENY, D.; BERKES, F.; MCCAY, B.J.; ACHE- SON, J.M. A tragédia dos comuns: vinte e dois anos depois. In: DIEGUES, A.C.; MOREIRA, A.C.C. (orgs.). Espaços e recursos naturais de uso comum.
São Paulo: NUPAUB/LASTROP-USP, 2001. p.17- 42.
HARDIN, G. The tragedy of the commons. Science, New York, 162:1244-8, 1968.
___________. The tragedy of the unmanaged commons. Trends Ecol., 9:199, 1994.
HOMMA, A.K.O. Extrativismo vegetal na Amazônia: limites e oportunidades. Brasília: Embrapa-SPI, 1993.
IBGE. Anuário Estatístico 1983. Rio de Janeiro: FIBGE. 1984.
________. Banco de Dados SIDRA. Valor e Quantidade da produção do extrativismo vegetal. Rio de Janeiro: FIBGE. 2010. http://www.sidra.ibge.gov. br/bda/tabela/listabl2.asp? Acesso em 08/11/2010.
JOHNSON, C. Uncommon ground: the “poverty of history” in common property discourse. Development and change, Oxford, v. 35, n. 3, p. 407- 433, 2004.
MCCAY, B. The Culture of the Commoners: historical observations on old and new world fisheries. In: MCCAY, B.J.; ACHESON, J.M. (eds.). The Question of the Commons: the Culture and Ecology of Communal Resources. Tucson: The University of Arizona Press. 1987. p. 195-216.
MCCAY, B.J.; ACHESON, J.M. Human Ecology of the Commons. In: McCay, B.J.; ACHESON, J.M. (eds.). The Question of the Commons: the Culture and Ecology of Communal Resources. Tucson: The University of Arizona Press. 1987. p. 1-34.
MCKEAN, M.E.; OSTROM, E. Regimes de propriedade comum em florestas: somente uma relíquia do passado? In: DIEGUES, A.C.; MOREIRA, A.C.C. (orgs.). Espaços e recursos naturais de uso comum. São Paulo: NUPAUB/LASTROP-USP, 2001, p.79-
95.
MOSSE, D. The symbolic making of a common property resource: history, ecology and locality in a tank-irrigated landscape in South India. Development and change, Oxford, v. 28, p.467-504, 1997.
MOTA, D.M.; SCHMITZ, H.; SILVA JÚNIOR, J.F.; FERNANDES, T. Divisão do trabalho no extrativismo da mangaba no Norte e Nordeste brasileiro. Agricultura Familiar: Pesquisa, Formação e Desenvolvimento, Belém, n.5-8, p.53-70, 2008a.
___________.; SILVA JÚNIOR, J.F.; PEREIRA, E.O.; RODRIGUES, R.F.A.; JESUS, N.B.; SCHMITZ, H.; SANTOS, J.V.. Capacitação solidária das catadoras de mangaba. Aracaju: Embrapa Tabuleiros Costeiros, 2008b. 57 p. (Documentos, 133).
NETTING, R. What Alpine Peasants Have in Common: Observations on Communal Tenure in a Swiss Village. Human Ecology, Fairfax, 4:135-46, 1976.
NEVES, D.P. A perversão do trabalho infantil: lógicas sociais e alternativas de prevenção. Niterói: Intertexto. 1999.
OLSON, M. The logic of collective action: public goods and the theory of groups. Cambridge, MA: Harvard University Press. 1965.
OSTROM, E. Governing the commons: the evolution of institutions for collective action. Cambridge, New York: Cambridge University Press, 1990.
__________; DIETZ, T.; DOLŠAK, N.; STERN, P.C., STONICH, S.; WEBER, E.U. The Drama of the Commons. Washington, DC: National Academy Press. 2002.
PEREIRA, E.O. Extrativismo da mangaba (Hancornia speciosa Gomes) no Povoado Alagamar, Pirambu - SE. 2008. 88 f. Dissertação (Mestrado em Agroecossistemas) – Núcleo de Pós-Graduação em Estudos e Recursos Naturais, Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, 2008.
SUBRINHO, J.M.P. História econômica de Sergipe (1850-1930). 1983. 140f. Dissertação (Mestrado) – Unicamp, Campinas. 1983.
TARROW, S. Social movements and contentious politics. 2.Ed. Cambridge: Cambridge University Press, 1998.
WOLFF, C.. Mulheres da Floresta: uma História. Alto Juruá, Acre (1980-1945). São Paulo: Hucitec, 1999.
PORRO, N.M. Changes in perceptions of develop- ment and conservation. 1997. 335 f. Master Thesis (Mestrado em Conservação Tropical e Desenvolvi- mento) – Centro de Estudos Latino Americanos, University of Florida, Gainesville, 1997.
__________ .; SHIRAISHI NETO, J.; FIGUEIREDO, L.; VEIGA, I. Conflitos Sócio-jurídicos: a Implementação das Convenções Internacionais e a Transmissão de Conhecimentos Tradicionais. In. Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (Anpocs), 33, Caxambu, 2009.
SCHMITZ, H.; MOTA, D.M.; SILVA JÚNIOR, J.F. Conflitos sociais cercam as catadoras de mangaba. In: Encontro da Associação Nacional de Pós- Graduação e Pesquisa em Ambiente e Sociedade (Anppas), 4, Brasília, 2008.
____________.; MOTA, D.M.; SILVA JÚNIOR, J.F. Gestão coletiva de bens comuns no extrativismo da mangaba no Nordeste do Brasil. Ambiente & Sociedade, Campinas, v.12, n.2., p.273-293, jul.-dez. 2009.
SHIRAISHI, J. Leis do Babaçu Livre: Práticas Jurídicas das Quebradeiras de Coco Babaçu e Normas Correlatas. Manaus: UFAM/Fundação Ford, 2006.
SPRADLEY, J. The Ethnographic Interview. New York: Harcourt Brace Jovanovich College Publishers, 1979.
____________. Participant Observation. New York: Holt, Rinehart, and Winston, 1980.