As práticas das organizações coletivas do campo em Espera Feliz/Minas Gerais

Conteúdo do artigo principal

Edna Lopes Miranda
https://orcid.org/0000-0001-9514-1831
Ana Louise de Carvalho Fiúza

Resumo

Este artigo tem como objetivo analisar as práticas participativas adquiridas com o envolvimento dos agricultores familiares em organizações coletivas do campo, tais como movimentos sociais ou sindicais. Todavia, o enfoque não se dá em termos das demandas coletivamente construídas e reivindicadas junto ao Estado, mas, antes, em termos daquelas práticas que se instituem na esfera da vida cotidiana. Como percurso metodológico, foram aplicados questionários semiestruturados com 72 agricultores familiares participantes das organizações coletivas do campo em de Espera Feliz/MG, bem como observação participante com anotações em diário de campo nas reuniões e assembleias. Os resultados mostraram que, a participação nos ambientes de socialização das organizações coletivas do campo proporcionou aos agricultores, maiores níveis de capital político e favoreceu o desenvolvimento de suas competências para o desenvolvimento de práticas coletivas voltadas para o trabalho e a vida cotidiana, e não apenas para a sua atuação reivindicatória junto ao Estado.

Detalhes do artigo

Como Citar
Lopes Miranda, E., & de Carvalho Fiúza, A. L. . (2018). As práticas das organizações coletivas do campo em Espera Feliz/Minas Gerais. Raízes: Revista De Ciências Sociais E Econômicas, 38(2), 102–117. https://doi.org/10.37370/raizes.2018.v38.13
Seção
Artigos

Referências

BAVA, S. C. Participação, representação e novas formas de diálogo público. São Paulo: Polis; Programa Gestão Pública e Cidadania/EAESP/FGV, 2001.
BARREIRA, I.A.F. Conselhos de fato e conselhos no papel: poderes locais e práticas de participação. Raízes, v.33, n.01, p.105 - 118, 2013.
BELIK, W. e DOMENE, S. M. A. Experiências de programas combinados de alimentação escolar e desenvolvimento local em São Paulo – Brasil. Revista Agroalimentária, São Paulo, v. 18, n. 34, p. 57, 2012.
BORDENAVE, J. E. D. O que é participação. 4 ed. São Paulo: Brasiliense, 1996.
BOURDIEU, P. Esboço de uma teoria da prática. In: ORTIZ, R. (org.). Pierre Bourdieu: sociologia. São Paulo: Ática, p. 46-81. Tradução de Paula Montero e Alicia Auzmendi, 1980.
________. O poder simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil; Lisboa, Portugal: Difel, 1986.
BROSE, M. (Org.). Participação na extensão rural: experiências inovadoras de desenvolvimento local. Porto Alegre: Tomo Editorial, 2004.
BUAINAIN, A. M.; GARCIA, J. R. Agricultura Familiar e Transformações Recentes do Mercado. In: DOULA, S. M. et al. A agricultura familiar em face das transformações na dinâmica recente dos mercados. Viçosa: Suprema Gráfica e Editora, 2014. p. 89-126.
COSTA, R. Inteligência afluente e ação coletiva. A expansão das redes sociais e o problema da assimetria indivíduo/grupo. Razón y Palabra, n. 41, Out/Nov 2004. Disponível em: . Acesso em: 15 fev. 2017.
CRUZ, G. dos R. Associativismo e democratização da sociedade: limites e possibilidades. Comunicação & política, v. 24, n. 3, p. 89-114, 2007.
CUNHA, W.A da; FREITAS, A.F de; SALGADO, R.J dos S.F. Efeitos dos Programas Governamentais de Aquisição de Alimentos para a Agricultura Familiar em Espera Feliz, MG. Revista de Economia e Sociologia Rural, v. 55, n. 3, p. 427-444, set.2017.
DAGNINO, E. Construção democrática, neoliberalismo e participação: os dilemas da confluência perversa. Política e sociedade, n. 5, p. 139-164, out. 2004.
DAGNINO, E.; TATAGIBA, L. (Orgs.). Democracia, sociedade civil e participação. Chapecó: Argos, 2007.
DEMO, P. Participação é conquista: noções de política social participativa. 3 ed. São Paulo: Cortez, 1996.
DONOSO, G.; MELO, O.; NEGRETE, E. Participation determinants and impact assessment of the Institute of Agricultural Development (INDAP) credit program. Ciencia e Investigación Agraria, Santiago, v. 37, n. 2, p. 87-99, ago. 2010.
FBB. Fundação Banco do Brasil. Prêmio Fundação Banco do Brasil: tecnologias sociais, 2013.
FREITAS, A. F.; FREITAS, A. F. Análise institucional de mudanças organizacionais em um sistema cooperativo de crédito solidário em Minas Gerais. Revista de Administração Pública, Rio de Janeiro, v. 47, n. 4, p. 999-1019, 2013.
ONYX, J.; BULLEN, P. Measuring Social Capital in Five Communities. The Journal of Applied Behavioral Science, v. 36, n. 1, p. 23-42, mar. 2000.
ORTIZ, R. Pierre Bourdieu. São Paulo: Ática, 1994.
PLOEG, J. D. V. Agricultores e impérios alimentares: lutas por autonomia e sustentabilidade na era da globalização. Porto Alegre: Editora UFRGS, 2008.
PUTNAM, R. Comunidade e democracia. A experiência da Itália moderna.5 eds. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2006.
SABOURIN, E. Agricultores do Brasil, entre a troca mercantil e a reciprocidade. Rio de Janeiro: Editora Garamond Universitaria, Col. Terra Mater, 2009.
SCOTT, J. Weapons of the Weak: everyday forms of peasant resistance. Yale University Press: New Haven and London, 1985.
SILVA, M. G. Políticas públicas de desenvolvimento rural e organizações de agricultura familiar no município de Espera Feliz-MG. 2010. 127f. Dissertação (Mestrado em Extensão Rural) - Universidade Federal de Viçosa, MG, 2010.
SIMÕES, M. J. Política e tecnologia. Tecnologias da Informação e da comunicação e participação política em Portugal. Oeiras: Editora Celta, 2005.
SIMÕES, M. J.; LAS HERAS, S. Gênero e tecnologia da informação e da comunicação nos espaços domésticos: não chega ter, é preciso saber, querer e poder usar. Configurações. Revista de Sociologia, n. 8, p. 155-174, 2011.
SINGER, P. Cooperativismo e sindicatos no Brasil. In: CUT BRASIL. Sindicalismo e economia solidária: reflexões sobre o projeto da CUT. São Paulo: CUT, 1999. p. 23-28.
SOUZA, M. de L. O. Participação em associação de pequenos produtores: dilemas de administração coletiva. 1995. 180f. Dissertação (Mestrado em Administração Agrícola) – Universidade Federal de Lavras, UFLA, MG, 1995.
WARSCHAUER, M. Tecnologia e incluso social. A exclusão digital em debate. São Paulo: Editora Senac, 2006.
WEBER, M. Economia e sociedade: fundamentos da sociologia compreensiva. V. 2. São Paulo: UNB, 2004.