Teoria e prática da etnicidade no Alto Juruá acreano
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Abstract
Este artigo é uma reflexão crítica sobre algumas das bases conceituais com que a antropologia opera ao tratar da constituição de novas “identidades étnicas”, retomando o conceito de “comunidades étnicas” de Max Weber, e tomando como referência o caso recente dos índios Kuntanawa do Acre. Os Kuntanawa reivindicam hoje uma Terra Indígena própria enquanto povo indígena, tendo antes conquistado direitos territoriais enquanto “população tradicional” na Reserva Extrativista do Alto Juruá em cuja criação tiveram papel de destaque. Argumentamos que a formulação de Weber dá pistas para entender processos como esse combinando dimensões que costumam ser tratadas como se fossem inconciliáveis: de um lado, a dimensão pragmática e político-territorial e, de outro, a dimensão ontológica da autoconstituição de comunidades étnicas.