A institucionalização da antropologia no Nordeste um testemunho/experiência
Main Article Content
Abstract
O artigo, partindo do caráter memorialista e desdobrando as notas para a atividade “Conversa com o Autor”, durante a 43ª Reunião da ANPOCS, em 2019, e do esforço de produção do Memorial apresentado para o concurso de professor Titular, recupera o campo da antropologia praticada no Nordeste, com foco no contexto etnológico. A autora se apropria de forma reflexiva da sua formação, que tem seu ingresso na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, da Universidade Federal da Bahia, no departamento de antropologia e etnologia, no final da década de 1970, tendo percorrido anteriormente a licenciatura e o bacharelado em Ciências Sociais, no início da mesma década, sob a orientação do professor Pedro Agostinho. Reflete-se aqui os desafios e as constrições resultantes do período de repressão política. Refletindo-se sobre o campo da etnologia indígena, na Bahia, recupera-se a importância do projeto de pesquisa sobre as Populações Indígenas da Bahia, em 1971, e que é renomeado, em 1980, como Programa de Pesquisa sobre os Povos Indígenas do Nordeste Brasileiro. A hipótese defendida é que, apesar de se creditar uma mudança substantiva na Antropologia a partir da implantação dos primeiros programas de pós-graduação, quando se recupera o contexto etnológico – e a trajetória da autora é utilizado como material comprovatório –, pode-se constatar que se fazia antropologia desde o início do século XX, com um caráter de pesquisa científica, mesmo com o autodidatismo. Apresenta-se também, como elementos agregadores da hipótese, o processo de institucionalização da antropologia na região Nordeste, no Ceará e Pernambuco.