A longa emergência da agricultura familiar: relações entre atividade agrícola, atores sociais e formas de intervenção do estado no Agreste Paraibano

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Marc Piraux
Roberto de Sousa Miranda
https://orcid.org/0000-0003-2412-7914

Resumo





No Brasil, o desenvolvimento da agricultura familiar e das atividades produtivas é o resultado das formas de intervenc?a?o do Estado, das estratégias dos atores locais e das próprias características físicas das regiões. Para ilustrar a relações entre estes elementos, analisamos a trajetória da agricultura familiar no Agreste paraibano, que, além das particularidades ambientais e sociais, foi objeto de um número de propostas e políticas governamentais. Toma-se como referência um recorte temporal de longo prazo. Destacamos também três períodos que foram importantes na região: o peso da dominação político-fundiária e do mercado internacional da primeira República até o golpe militar (1964), valorizando as culturas de exportação (algodão, sisal, cana-de-açúcar); o fortalecimento da modernização, a pecuarização da região e o processo de concentração fundiáriaa de 1964 até o fim do período militar e, enfim, de 1985 até hoje, com o desenvolvimento de modelos alternativos de produção agrícola. Destacamos o desenvolvimento da agricultura familiar que, entre dinâmicas de retração e expansão, oscilou entre processos de campesinização, descampesinização e recampesinização no meio rural.





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Como Citar
Piraux, M., & Miranda, R. de S. (2010). A longa emergência da agricultura familiar:: relações entre atividade agrícola, atores sociais e formas de intervenção do estado no Agreste Paraibano. Raízes: Revista De Ciências Sociais E Econômicas, 30(2), 52–67. https://doi.org/10.37370/raizes.2010.v30.91
Seção
Artigos

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