Revisitando a história na rota da peste no estado de Pernambuco
Conteúdo do artigo principal
Resumo
Este artigo revisita a trajetória da peste no estado de Pernambuco, Brasil, desde os primeiros registros até a contemporaneidade, com foco nas três principais regiões endêmicas: Exu, Garanhuns e Triunfo, com o objetivo de lançar luz sobre aspectos pouco compreendidos, e, potencialmente, redirecionar o entendimento tradicional da doença. Utilizando uma metodologia que inclui análise documental, revisão de literatura e observação in loco durante uma expedição científica realizada em julho de 2023, o presente estudo explora os primeiros casos de peste no Estado e as ações de controle adotadas ao longo do tempo. São detalhados os antecedentes e o desenvolvimento dos trabalhos de pesquisa e controle realizados pelo Plano Piloto de Peste, a Estação de Biologia Experimental de Exu, o Laboratório Central de Garanhuns e o Laboratório de Endemias de Triunfo. O artigo analisa também a situação atual da peste nessas regiões, destacando os avanços e desafios nas estratégias de monitoramento e controle. A conclusão discute as implicações dos achados para a saúde pública e oferece recomendações para futuras ações de prevenção e controle da peste em Pernambuco.
Detalhes do artigo

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Referências
ALENCAR, T. O. Exu: três séculos de história. ISBN 978-85-912955-0-0, 2011.
ALENCAR, T. O. Igreja de São João Batista do Araripe - Exu-Pernambuco, Sesquicentenário 1868-2018, 2018.
ALMEIDA, A. M. P; LEAL, N. C.; TAVARES, C. Programa de peste e outras infecções microbiológicas. In: Coutinho, E. M.; Brandão-Filho, S. P.; Furtado, A. F. (Eds). Instituto Aggeu Magalhães: 70 anos de pesquisa e ensino para a saúde. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2020 pp:147-161.
ALMEIDA, A. M. P. Frederico Simões Barbosa e a peste. Cadernos de Saúde Pública 32 (Suppl 1) • https://doi.org/10.1590/0102-311XES06S116, 2016.
BALTAZARD, M. Viagem de estudo ao Brasil para a organização de um projeto de pesquisas sobre a peste. Revista Brasileira de Malariologia e Doenças Tropicais, 20: 335-366, 1968.
BALTAZARD, M. [La démarche exemplaire d'un épidémiologiste de terrain M. BALTAZARD et les foyers de peste du Nordeste brésilien]. Bulletin Societé Pathologie Exotique. 2004;97 (Suppl): 87-117.
BARRERA, J. M. Relatório sobre a peste no Brasil. Washington: OPAS, 1960. Documento datilografado encaminhado pela OPAS ao MS em 18/10/1960.
BEZERRA, M. F.; ALMEIDA, A. M. P. Important Infectious Diseases in Latin America and the Caribbean: Plague. In: Mehlhor, H.; Heukelbach, J. (Eds.). Infectious Tropical Diseases and One Health in Latin America. Cham: Springer International Publishing, pp: 45-70, 2022.
BEZERRA, M. F.; FERNANDES, D. L. R. S.; ROCHA, I. V.; et al. Ecologic, geoclimatic, and genomic factors modulating plague epidemics in primary natural focus, Brazil. Emerging Infectious Disease. 2024 Sep [date cited]. https://doi.org/10.3201/eid3009.240468.
BRAMANTI, B.; STENSETH, N. C.; WALLØE, L.; at al., Plague: A disease that changed the path of human civilization. Yersinia pestis: retrospective and perspective. Springer. 2016; 918:1-26.
CUNHA, E. Os Sertões, 1902 (1ª ed.).
DIÁRIO DE PERNAMBUCO. Recife, Pernambuco, Brasil. ed. 00195 de 28/08/1957.
DIÁRIO DE PERNAMBUCO. Recife, Pernambuco, Brasil. ed. 00198 de 31/08/1957
DIÁRIO DE PERNAMBUCO. Recife, Pernambuco, Brasil. ed. 00194, de 28/08/1960.
FERNANDES, D. L. R.; GOMES, E. C. S.; FILGUEIRA, M. B.; et al., Spatiotemporal analysis of bubonic plague in Pernambuco, northeast of Brazil: Case study in the municipality of Exu. Plos One, v. 16, n. 4. p. 1-14, Apr. 2021. DOI 10.1371/journal.pone.0249464, 2021b.
FREITAS, O. Os trabalhos de hygiene em Pernambuco. Relatório apresentado ao secretário geral do Estado. Recife: Imprensa Official, 1919.
FREITAS, C. A. Histórias da Peste e de Outras Endemias. Rio de Janeiro: PEC / ENSP, 1988.
LOPES, D. R. Triumpho a Corte do Sertão. 2017 3ª ed. Gráfica Universal, Serra Talhada, PE.
PARENTE, C. M. C.; MIRANDA, C. A. C. “‘Armaria, ‘armaria’, ‘armaria’, a bubônica!”: comportamentos e estratégias coletivas diante de uma epidemia de peste que assolou Exu, no sertão pernambucano, em 1935. Revista NUPEM, Campo Mourão, v. 15, n. 34, p. 84-101, jan./abr. 2023. DOI: 10.33871/nupem.2023.15.34.84-101.
REGO, J. L. Pedra Bonita, 1938 (1ª ed).
SILVA, M. S. B.; ALMEIDA, A. M. P. Serviço de Referência Nacional em Peste. In: Coutinho, E. M.; Brandão-Filho, S. P.; Furtado, A. F. (Eds). Instituto Aggeu Magalhães: 70 anos de pesquisa e ensino para a saúde. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2020 pp: 258-259.
SILVA, M. A. D. A Global Desert Plague, Rural Knowledge, and Epidemiological Reasoning in the Brazilian Backlands (1939– 1965). In: Rural Disease Knowledge. Ed. Silva, M. A. D; Lynteris, C. CC-BY-NC-ND DOI: 10.4324/9781003438984-8 (2025).
STENSETH, N. C.; ATSHABAR, B. B.; BEGON, M.; et al., Plague: past, present and future. PLoS Medicine 5:9-13, 2008.
SUASSUNA, A. Romance da Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta. 1971 (1ª ed),
TAVARES, C. Análise do contexto, estrutura e processos que caracterizaram o Plano Piloto de Peste em Exu e sua contribuição ao controle da peste no Brasil. Tese de Doutorado em Ciências Biológicas, UFPE, 2007. 305 p.: il.: tabs.
TAVARES, C; LEAL, N. C.; SOBREIRA, M.; et al., Peste, uma zoonose esquecida. Journal of Health Biology Science. 8: 1-3, 2020.
VALLÈS, X.; STENSETH, N. C.; DEMEURE, C.; et al. Human plague: An old scourge that needs new answers. PLoS Negleted Tropical Disease. 2020;14:e0008251.
WER. Plague around the world in 2019. Weekly Epidemiological Record 94, 289-292. http://www.who.int/wer, 2019.
WHO. Coronavirus disease (COVID-19) pandemic. https://www.who.int/europe/emergencies/situations/covid-19.