Enunciando expedições Wilson Seixas e os discursos das entradas e conquistas nos Sertões da Paraíba, na obra “O velho arraial de Piranhas (Pombal)” (1962-2004)

Resumo

O artigo investigou a obra “O velho Arraial de Piranhas (Pombal)”, de autoria do escritor paraibano Wilson Seixas, analisando como ela produziu discursos sobre as expedições de entradas e conquistas ocorridas nos Sertões da Paraíba durante o período colonial. Partindo da prerrogativa de que os discursos delineados por Seixas estabeleceram visões peculiares e identitárias sobre esses acontecimentos que marcaram a história local, trilhamos perspectivas teórico-metodológicas abertas por Foucault (1999; 2008), que compreendeu as enunciações e formulações discursivas enquanto categorias capazes de impor dadas versões para aquilo que circunscrevem. Neste sentido, a análise de discurso será aqui utilizada como um método capaz de escrutinar as descrições delineadas nesta obra, em que nos preocupamos com as formas, intenções e as consequências de seus enunciados. As descrições a respeito das entradas foram mobilizadas, em especial, com o intuito de figurar e particularizar os Sertões da Paraíba, enquanto os dizeres em torno das conquistas desses espaços serviram ao enaltecimento dos indivíduos que as promoveram, assim como das pretensas contribuições da colonização portuguesa para os sertões.