Superexploração da força de trabalho na agropecuária brasileira aspectos teóricos-metodológicos e a produção de dados empíricos
Main Article Content
Abstract
Este artigo tem um duplo objetivo: i) propor uma metodologia para mensuração do contingente de trabalhadores superexplorados na agropecuária no Brasil; e ii) argumentar que, para atingir o primeiro objetivo, não ha? necessidade de saber qual o valor da força de trabalho, mas o seu valor de troca. Além disso, propõe-se que o salário mínimo calculado pelo DIEESE pode ser usado como uma proxy do valor de troca da força de trabalho. O período utilizado na análise foi 2002 a 2014, usando a PNAD/IBGE. Com base nessa proposta metodológica, apresenta-se um cálculo aproximado do que poderíamos considerar como famílias de trabalhadores superexplorados na agropecuária brasileira. Observa-se que, mesmo após mais de uma década de governo do Partido dos Trabalhadores, em que houve redução do contingente de superexplorados, registrava-se, em 2014, que quase a metade da amostra analisada (48,3%) ainda era de superexplorados.
Article Details
This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.
References
BASTOS, P. P. Z. A economia política do novo-desenvolvimentismo e do social desenvolvimentismo.
Economia e Sociedade. Campinas, v. 21, Número Especial, p. 779-810, dez. 2012.
BUAINAIN, A. M. et al. (Ed.). O mundo rural no Brasil do século XXI: a formação de um novo padrão agrário e agrícola. Brasília/DF: EMBRAPA, 2014.
BUENO, F. M. A superexploração do trabalho: polêmicas em torno do conceito na obra de Ruy Mauro Marini e a vigência na década de 2000. Brasília: UnB. 2016. (Tese de Doutoramento)
DE GRAZIA, G. Tempo de trabalho e desemprego: redução de jornada e precarização em questão. São Paulo: Xamã. 2007. (Col. Labirintos do Trabalho).
DELGADO, G. C. Do capital financeiro na agricultura à economia do agronegócio: mudanças cíclicas em meio século (1965-2012). Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2012.
DIEESE - DEPARTAMENTO INTERSINDICAL DE ESTATÍSTICA E ESTUDOS SOCIOECONÔMICOS. Salário Mínimo: instrumento de combate à desigualdade. São Paulo: DIEESE. 2010. 252p.
DUARTE, P. H. E. Superexploração da força de trabalho e política sindical no Brasil. Uberlândia: UFU. 2010. (Dissertação de Mestrado).
GASQUES, J. G. et al. (Orgs.). A agricultura brasileira: desempenho, desafios e perspectivas. Brasília: IPEA, 2010.
LUCE, M. S. A superexploração da força de trabalho no Brasil. Revista da Sociedade Brasileira de Economia Política. São Paulo, n. 32, p. 119-141, jun./2012.
LUCE, M. S. A superexploração da força de trabalho no Brasil: evidências da história recente, In: ALMEIDA FILHO, N. [Org.] Desenvolvimento e dependência: cátedra Ruy Mauro Marini. Brasília: IPEA, 2013. p. 145-165.
MARX, K. O Capital: crítica da economia política. Livro I, Tomos I e II. São Paulo: Nova Cultural. 1996. (Col. Os Economistas).
MARX, K. O Capital: crítica da economia política. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil. v. I-II. (Livro I), 1988.
NERI, M. et al. Superação da pobreza e a nova classe média no campo. Brasília: MDA/NEAD, 2012. POCHMANN, M. Nova classe média? O trabalho na base da pirâmide social brasileira. São Paulo: BOITEMPO, 2012.
ROCHA, E. A. Constituição cidadã e a institucionalização dos espaços de participação social: avanços e desafios. In: 20 anos da constituição cidadã: avaliação e desafio da seguridade social. ANFIP, Brasília, 2008.
SAAD FILHO, A. O Valor de Marx. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2011.