Políticas públicas de desenvolvimento sustentável e reciprocidade
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Abstract
A partir de uma breve exposição dos princípios da teoria da reciprocidade em antropologia econômica, o artigo propõe uma critica da leitura das relações sociais e econômicas pela única lente do princípio da troca mercantil. Essa visão nega a existência estruturante de relações de reciprocidade em vários setores da atividade econômica, incluindo o mundo rural brasileiro, focalizado neste texto. A concepção, elaboração, implementação e avaliação das políticas de desenvolvimento rural estão também formatadas e limitadas por uma leitura exclusiva do desenvolvimento a partir do princípio da troca. Este pensamento único se aplica também ao exercício crítico pela economia política que, ignorando a economia de reciprocidade, considera apenas a alienação do sistema de trocas econômicas de mercado, quer dizer, a exploração capitalista. Passa assim despercebida a força das formas de alienação especificas às relaçõs de reciprocidade (em particular a opressão paternalista), que se aplicam no marco de sistemas mistos, associando práticas de troca e de reciprocidade, como é o caso no Brasil.
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