Operárias invisíveis o trabalho feminino na apicultura no Piauí, Brasil

Contenido principal del artículo

Rebeca Hennemann Vergara de Souza
https://orcid.org/0000-0002-8827-4393
Juliana do Nascimento Bendini
https://orcid.org/0000-0001-7227-7170

Resumen

La invisibilidad histórica del trabajo de las mujeres en el medio rural es resultado de la división sexual del trabajo, que asocia sus tareas al papel de ayuda. Este estudio reflexiona sobre la invisibilidad del trabajo femenino en la apicultura, incluso en investigaciones que buscan medir el valor económico de esta actividad. Se realizó una revisión bibliográfica centrada en el estado de Piauí, además de entrevistas semiestructuradas con 13 mujeres apicultoras de dos municipios, con edades entre 15 y 55 años, todas vinculadas formalmente a asociaciones de productores de miel. Los resultados evidencian una clara división de género en las actividades apícolas, con predominio femenino en el procesamiento de la miel, lo que las vincula a la esfera doméstica y del cuidado. El colmenar y el uso de overoles surgieron como marcadores de género. Cuestionamientos sobre su fuerza física o su tolerancia a las picaduras son ejemplos de prácticas sexistas recurrentes. La división sexual del trabajo se naturaliza a partir de la idea de que las mujeres solo ayudan a sus maridos, padres o compañeros, aun cuando ellas mismas poseen colmenas y conocimientos previos a esses vínculos. Se concluye que la participación femenina en la apicultura es interpretada como una extensión del trabajo doméstico y de cuidados, lo que invisibiliza su contribución económica. Dado el impacto socioeconómico de la apicultura en Piauí, se destaca la necesidad de más estudios que analicen las relaciones entre género, trabajo e ingresos en este sector.

Detalles del artículo

Cómo citar
Hennemann Vergara de Souza, R., & do Nascimento Bendini, J. (2025). Operárias invisíveis: o trabalho feminino na apicultura no Piauí, Brasil. Raízes: Revista De Ciências Sociais E Econômicas, 45(1), 188–202. https://doi.org/10.37370/raizes.2025.v45.901
Sección
Artigos
Biografía del autor/a

Rebeca Hennemann Vergara de Souza, Universidade Estadual do Piauí

Mestre em Sociologia (UFRGS). Doutoranda pelo Programa de Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (CPDA/UFRRJ). Professora da Universidade Estadual do Piauí (UESPI).

Juliana do Nascimento Bendini, Universidade Federal do Piauí

Possui graduação em Ciências Biológicas, mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente (PPGMDMA/UFPI) e doutorado em Zootecnia pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade Estadual Paulista (FMVZ/UNESP). Atualmente é professora adjunta no curso de Licenciatura em Educação do Campo/Ciências da Natureza da Universidade Federal do Piauí campus Senador Helvídio Nunes de Barros, em Picos, onde coordena o Grupo de Estudos sobre Abelhas do Semiárido Piauiense (GEASPI). Professora colaboradora do Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente (UFPI), atuando nas seguintes linhas de pesquisa: manejo de abelhas africanizadas em clima semiárido, análises botânicas e físico químicas de produtos apícolas e meliponícolas, diversidade de abelhas e educação ambiental para a conservação das abelhas.

Citas

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