A Marcha das Margaridas e as desigualdades alimentares diagnósticos e alternativas para a política agroalimentar no Brasil

Conteúdo do artigo principal

Marco Antonio Teixeira
https://orcid.org/0000-0001-5794-4289
Eryka Galindo
https://orcid.org/0000-0002-4028-9406

Resumo

Este trabalho analisa a contribuição da Marcha das Margaridas para o enfrentamento das desigualdades alimentares no Brasil, a partir da plataforma política de 2019 e da pauta de 2023. Os documentos reúnem propostas para transformar questões de trabalho, gênero, meio ambiente, violência e outras. O foco é compreender as contribuições da Marcha para o debate de política agroalimentar, utilizando o conceito de desigualdades alimentares. As propostas foram classificadas em cinco dimensões: socioeconômica, socioambiental, política, epistemológica e cultural/simbólica. O estudo também aborda como diferentes grupos sociais são afetados por essas desigualdades e as propostas de transformação da Marcha para superar o modelo agroalimentar hegemônico.

Detalhes do artigo

Como Citar
Teixeira, M. A., & Galindo, E. (2025). A Marcha das Margaridas e as desigualdades alimentares: diagnósticos e alternativas para a política agroalimentar no Brasil. Raízes: Revista De Ciências Sociais E Econômicas, 45(1), 150–170. https://doi.org/10.37370/raizes.2025.v45.908
Seção
Artigos
Biografia do Autor

Marco Antonio Teixeira, Maria Sibylla Merian Centre Conviviality-Inequality in Latin America (Mecila)

Fellow em "Urban Narratives of Conviviality-Inequality" no Maria Sibylla Merian Centre Conviviality-Inequality in Latin America (Mecila). Doutor em Sociologia pelo Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

Eryka Galindo, Freie Universität Berlin

Socióloga, doutoranda do programa de Sociologias Globais da Freie Universität Berlin.

Referências

AGUIAR, V. V. P. Mulheres rurais, movimento social e participação: reflexões a partir da Marcha das Margaridas. Política & Sociedade, v. 15, p. 261-295, 2016.

AGUIAR, V. V. P. Somos todas margaridas: Um estudo sobre o processo de constituição das mulheres do campo e da floresta como sujeito político. 2015. Universidade Estadual de Campinas.

ALMEIDA, R. D. Bolsonaro presidente: conservadorismo, evangelismo e a crise brasileira. Novos Estudos CEBRAP, v. 38, n. 1, p. 185-213, 2019.

ALTIERI, M. A. Agroecologia, agricultura camponesa e soberania alimentar. Revista Nera, n. 16, p. 22-32, 2012.

BENFORD, R. D.; SNOW, D. A. Framing processes and social movements: an overview and assessment. Annual Review of Sociology, v. 26, n. 1, p. 611-639, 2000.

BENFORD, Robert D.; SNOW, David A. Framing processes and social movements: an overview and assessment. Annual Review of Sociology, v. 26, p. 611-639, 2000. DOI: https://doi.org/10.1146/annurev.soc.26.1.611.

BORGHOFF MAIA, A.; TEIXEIRA, M. A. Food movements, agrifood systems, and social change at the level of the national state: The Brazilian Marcha das Margaridas. The Sociological Review, v. 69, n. 3, p. 626-646, 2021. DOI: https://doi.org/10.1177/00380261211009792.

BRAIG, M.; COSTA, S.; GÖBEL, B. Soziale Ungleichheiten und globale Interdependenzen in Lateinamerika: eine Zwischenbilanz. Berlin: Assimetriasses.net, Working Paper, n. 4, 2013.

CAPORAL, F. R. Aprendendo, fazendo, conhecendo. Revista Agriculturas: experiências em Agroecologia, v. 10, n. 3, 2013.

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS TRABALHADORES RURAIS AGRICULTORES E AGRICULTORAS FAMILIARES (CONTAG). Plataforma Política Marcha das Margaridas 2019. Por um Brasil com soberania popular, democracia, justiça, igualdade e livre de violência. Brasília: Contag, 2019a.

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS TRABALHADORES RURAIS AGRICULTORES E AGRICULTORAS FAMILIARES (CONTAG). Caderno 2. Pela autodeterminação dos povos, com soberania alimentar e energética. Pela proteção e conservação da sociobiodiversidade e acesso aos bens comuns. Brasília: Contag, 2019c.

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS TRABALHADORES RURAIS AGRICULTORES E AGRICULTORAS FAMILIARES (CONTAG). Pauta Marcha das Margaridas 2023. Brasília: Contag, 2023.

ESCOBAR, A. Actors, networks, and new knowledge producers. In: M. K. DUSSOLIER, L. (Ed.). Cognitive justice in a global world: prudent knowledges for a decent life, p. 273, 2007.

FAVARETO, A. Concepções de desenvolvimento e de intervenção pública no Brasil rural sob o governo Temer e além. Raízes: Revista de Ciências Sociais e Econômicas, v. 37, n. 2, p. 7-26, 2017.

FRASER, N. Da redistribuição ao reconhecimento? Dilemas da justiça numa era “pós-socialista”. Cadernos de Campo (São Paulo 1991), v. 15, n. 14-15, p. 231-239, 2006.

GOODMAN, D.; DUPUIS, E. M.; GOODMAN, M. K. Alternative food networks: Knowledge, practice, and politics. Routledge, 2011.

HOLT GIMÉNEZ, E.; SHATTUCK, A. Food crises, food regimes and food movements: Rumblings of reform or tides of transformation? The Journal of Peasant Studies, v. 38, n. 1, p. 109-144, 2011.

HOLT GIMÉNEZ, E.; SHATTUCK, A. Food crises, food regimes and food movements: Rumblings of reform or tides of transformation? The Journal of Peasant Studies, v. 38, n. 1, p. 109-144, 2011. DOI: https://doi.org/10.1080/03066150.2010.538578.

JELIN, E.; MOTTA, R.; COSTA, S. (Eds.). Global Entangled Inequalities: Conceptual Debates and Evidence from Latin America. Routledge, 2017.

KALIX GARCIA, T. The impact of the Covid-19 pandemic at the Slow Food Movement. Food for Justice Working Paper Series, n. 8, 2023. DOI: https://doi.org/10.60504/ffjwp.2023.1.101221.

KUHNEN, T. A. Marcha das Margaridas: apontamentos para um (eco) feminismo latino-americano. Sul-Sul-Revista de Ciências Humanas e Sociais, v. 1, n. 01, p. 124-147, 2020.

MAGALHAES, B. D.; ORNELAS, G. M.; BRASIL, F. P. D. Democratic deconstructions and resistances: the struggle over participatory institutional legal frameworks in contemporary Brazil. Cescontexto, v. 27, p. 142-163, 2020.

MARTELLI, C. G.; ALMEIDA, C.; CAPELLA, A. C. Imagens da participação social na agenda do governo Lula III. Revista do Serviço Público - RSP, v. 75, n. 4, p. 696-714, 2024. Escola Nacional de Administração Pública (Enap). Disponível em: https://revista.enap.gov.br/index.php/RSP/article/view/10867.

MEDEIROS, L. S. Movimentos sociais no governo Bolsonaro. Revista da ANPEGE, v. 16, n. 29, p. 484-515, 2020.

MOREIRA, S. L. D. S. A contribuição da Marcha das Margaridas na construção das políticas públicas de agroecologia no Brasil, 2020.

MOREIRA, S.; HUFF THEODORO, S. A luta das mulheres trabalhadoras rurais da Contag: a Marcha das Margaridas em diálogo com o(s) feminismo(s). Estudos Sociedade e Agricultura, v. 31, n. 2, 2023.

MOTTA, R. Feminist Solidarities and Coalitional Identity: The Popular Feminism of the Marcha das Margaridas. Latin American Perspectives, v. 48, n. 5, p. 25-41, 2021c. DOI: https://doi.org/10.1177/0094582X211017896.

MOTTA, R. Food for Justice: Power, Politics and Food Inequalities in a Bioeconomy. Preliminary Research Programme. Food for Justice Working Paper Series #1, Berlin, 2021b.

MOTTA, R. Social movements as agents of change: fighting intersectional food inequalities, building food as webs of life. The Sociological Review, 2021a.

MOTTA, R.; TEIXEIRA, M. A. Allowing rural difference to make a difference: The Brazilian Marcha das Margaridas. In: J. M. CONWAY; P. DUFOUR; D. MASSON (Eds.). Cross-border solidarities in twenty-first century contexts: Feminist perspectives and activist practices, p. 79-100. Rowman & Littlefield, 2021.

MOTTA, R.; TEIXEIRA, M. A. Soberanía alimentaria y feminismo popular en Brasil. Debates En Sociología, n. 57, p. 322-348, 2023.

PINTO, L. F. G. et al. Quem são os poucos donos das terras agrícolas no Brasil – Mapa da Desigualdade. Sustentabilidade em Debate, n. 10, abr. 2020.

POGREBINSHI, T.; TANSCHET, T. Moving Backwards: What Happened to Citizen Participation in Brazil? Open Democracy, 30, 2017.

PORTILHO, F. Ativismo alimentar e consumo político–duas gerações de ativismo alimentar no Brasil. Redes. Revista do Desenvolvimento Regional, v. 25, n. 2, p. 411-432, 2020.

PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO (PNUD). Relatório do Desenvolvimento Humano 2023/2024: A próxima fronteira – Pôr fim ao impasse, reimaginar a cooperação num mundo polarizado. 2024. Dispon

SAUER, S.; PEREIRA LEITE, S. Agrarian structure, foreign investment in land, and land prices in Brazil. The Journal of Peasant Studies, v. 39, n. 3-4, p. 873-898, 2012.

SILIPRANDI, E. Mulheres e Agroecologia: a construção de novos sujeitos políticos na agricultura familiar. 2009. Tese (Doutorado em Sociologia) – Universidade de Brasília. Disponível em: https://repositorio.unb.br/handle/10482/5591.

TEIXEIRA, A. C. C. Trajetórias do ideário participativo no Brasil. Caderno CRH, v. 33, 2020.

TEIXEIRA, M. A. Contag, 1963-2023: ações de reprodução social e formas de ações coletivas. 1. ed. Rio de Janeiro: Mórula, 2023. 448 p.

TEIXEIRA, M. A. Movimentos sociais populares em tempos de ascensão das novas direitas: a Marcha das Margaridas. Cadernos CRH, v. 34, p. 1-17, 2021.

TEIXEIRA, M. A.; MOTTA, R. Unionism and feminism: Alliance building in the Brazilian Marcha das Margaridas. Social Movement Studies, p. 1-17, 2020. DOI: https://doi.org/10.1080/14742837.2020.1770430.

TEIXEIRA, M. A.; MOTTA, R.; GALINDO, E. Desigualdades alimentares em tempos de pandemia. Nexo Jornal, São Paulo, 19 abr. 2021.

ZENTGRAF, L. L.; MOTTA, R. Food movements in Germany: Analysis of actors in the socio-ecological transformation of the food system. Food for Justice Working Paper Series, n. 11, Heidelberg: Food for Justice: Power, Politics, and Food Inequalities in a Bioeconomy, 2024. DOI: https://doi.org/10.60504/ffjwp.2024.11.105093.

Artigos Semelhantes

<< < 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.